Me defino nas contradições!
Exploro uma dicotomia tão confusa e clara
Tão invisível e presente
que transcendo a lógica em uma espiral mental
Dezenas, centenas, milhares
de vontades, emoções, sentimentos
condensados num único ato(s)
numa coerência única
E é neste pulsante caórdico
que me faço inteiro
Nas certezas das minhas incertezas
. . .. . . Achando . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
pão
pombos
passeio
passado
paro
prossigo
preciso
penso
percebo
Pessoas
Pessoas
Pessoas
Histórias, momentos, contextos, policia,
comidas, nacionalidades, problemas, cachorros,
drogas, marginalidades, mundos...
Flores
Flores
Flores
cada qual com o seu desabrochar!
cada qual com o seu perfume!
.
. . . . Flanando . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Saíste quando mais precisaste que saíste!
Apetece-me abraços fortes
Donde corações se confundem
Ainda desconheço o produto das cores que somatizo no peito
Mas cabe a mim acolhê-las a cada passo
Numa certeza dúbia de que todo ‘i’ carrega teu pingo
Sigo!
Nos afluentes das minhas emoções...
Sô Rio!
. . . . . .. Navego . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
[Poesia da Iara]
Há dias que essas palavras adio
Por falta, pela falta...
de começo (não sei começar)
de preparo (não tô preparado)
de querer (o meu querer é outro!)
De a abrangência dessas letras não serem abrangente
Não vai, não vás
Porém fostes...
Como minhas lágrimas que teimam em obedecer essa tal lei da gravidade
Lágrimas que não podem ser traduzidas por convenções gramaticais dispostas em duas dimensões
Não será, não serão!
Porém fostes...
E se me forças a tradução dessas gotas de minha pequenina janela da
alma
Terás em teus versos a redundância do orgulho, do amor, do calor, da dor!
Ah se eu pudesse chegar bem pertinho do sol...
para assim seca-las e de quebra... me iluminar
ahh!
Não posso, não vou
Porém fostes...
Me resta a angustia, mas antes ela do que o vazio com o seu nada
Faz mais estrago!
Prefiro ficar na cinética da vida da minha torpe natureza humana
Fluindo em lágrimas
Renovando em esperanças
Imaginando
O nosso magnífico reencontro
Desmembrando o adeus;
A Deus! (te entrego)
. . . . . . . Te Amo, Sá. . . . . .
A(todo) M(omento)
∞
As vezes me sinto um cinzeiro vazio
As vezes um cinzeiro cheio
Um Buda com um girassol quebrado por falta de sol
Um muro!
Retratado em preto e branco
que com sorte,
vem em dégradé
. . . . . . .Caio. . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Sou uma fralde
Tento prender o sentimento na letra
Ledo engano
Mal sabe eu, que o verdadeiro poeta
Não é o de versos
Mas o de poesia
Sentindo à cada respiração
. . . . . . . . Retidão. . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
A porta ta trancada
A campainha ta quebrada
E ninguém escuta meus socos na madeira muda
Sei que há uma porta sobressalente, mas não sei onde!
Pensei na janela, mas é muito alta para arriscar...
E o movimento inicial que era de entrar
Me impele a sair
. . . . . . . . Volição . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Estou perdido
na rua da consolação nº 585,
23° 32' 49"S 46° 38' 49"W
em meio a uma multidão de carros individuais
sob um Sol encoberto por nimbostratus
. . . . . . . . Específico. . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Sem a tido
Sem o vazio
Sem o idealizado
Mergulho nos sentidos
Não há o que ser preenchido
Inibe-se o frustrado
Assim sigo
Catando qual cigarra
Aspirando a chuva
Para molhar me em meus abraços...
. . . . . . . Solo . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
A consciência ta tranquila José
Te asseguru!
A cama todo dia arrumu
da família eu cuidu
nu trabalho tô determinadu
e minha reza ainda num desafinô
Mas é essa dorzinha na cor...
Que pega lá fundinho da alma sá
e que já perguntei e ninguém me explicô!
. . . . . . . Perquirição. . . . . ..
A(ntes) M(eio-dia)
de
Bem te vi à minha porta
mas bastou eu abri-la que saiu voando
Pergunto me se os movimentos meus são demasiados bruscos
fruto de uma senilidade emocional mau engendrada...
Espera!
sou um bruto egocêntrico possessivo?
Bem... te digo!
só sei dos não seis
da certeza do incerto
que não há errado nem certo
e que Bem Te Vis voam
. . . . . . . Ave . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Numa sonoplastia inverosímil
mensageiros do vento avisam que não há mais ventos
Num desalento insolúvel
Já não vejo flores para os beijos dos beija-flores
E numa espécie de observador
distanciado das inquietudes
me questiono se a morfina é uma fuga...
ou uma proteção
. . . . . . . . Demanda. . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Questões voláteis
sussurradas por ventos de beija-flor
parado no espaço tempo
Narra a presente vida
Causando disritmia no meu pensamento
longe de ser linear
. . . . ..Momento. . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Demando flanares noturnos
Conversas sem palavras
Abraços sem braços
Beijos sem bocas
Parques fechados
e... mais alguns contrassensos
nos quais me sinto pleno
Em companhia tua!
. . . . . . Empatia . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Hoje, vou me rebelar!
Vou dar bom dia a quem passar
Admirar o céu
Ao invés de trabalhar
A quem me xingar
E se não for suficiente...
Ahh meu caro, começo a amar!!
. . . . . . . Antipatia . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
O sexo é efêmero
Minhas virtudes marginais
Uma lacuna que insiste em aparecer
Intenta a minha saliva mundana
que expõe o frágil sujeito
eu
. . . . . .Fragilidade . . . . . A(ntes) M(eio-dia)
de
Estou!
Ou melhor dizendo, simplesmente...
tô!
Não consigo adorna-lo com adjetivos
gostosos ou desgostosos
Porque o " tô" já me é suficiente!
Tô tanto tempo que já não sei não estar
Um propósito não proposital
Perturbadoramente eficiente
. . . . . . Limbo. . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Na estrada do proposito
O asfalto sinuoso maquia a coerência
Gera um alude de angustias
Onde gotas
Encharcam mais que tufões!
. . . . . Vereda . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
Esperamos sempre o Teatro cheio
O que quase sempre não acontece
Ai de nós,
se perdermos esta ingenuidade
E ai de você,
se achar que estou falando de Teatro
. . .. . . . . .Peça. . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de
O saber respirar
Me fez perder o movimento involuntário
Se ouso não pensar!
Não respiro!
Bem dita hora que minha abelhudice
desvendou todo o sistema respiratório
A inspiração e expiração que antes era velada pela ignorância
Agora toma meu tempo, corpo e alma
E é impossível dessaber
Escolha ingrata está!
Entre saber e "viver"...
. . . . . . . Consciência . . . . . .
A(ntes) M(eio-dia)
de



